terça-feira, 4 de setembro de 2018

24

Composta de oito tercetos sem métrica ou rima. O penúltimo verso desta canção de 1996 inspirou o título deste blog.

https://youtu.be/iHIPOed_BNE


24 - FSANTOSOUSA

Nestas vinte e quatro linhas que aguardam poesia
eu não tenho direito a ter opinião própria
só a ser um escravo do equilíbrio

As perfeições, os nexos, não precisam de nada
mutilações e figuras de outros sonhos
desvalores pungentes do mundo pagão

na dádiva eterna humana da arrogância
como que a esperar o vício
preservar-se-á o vestido, a música

Os mortos cavalgam sobre a terra
a Terra ainda repousa sob os mortos
só não haveria altares para a vida

Vê-se os encaixes perfeitos entre os extremos
a mais completa e suprema obra do acaso
no espaço, os julgamentos omitidos

Como ser homem sem saber demais?
Como não erguer minhas mãos vazias?
Como voltar "pó", sem "esia"

Liberdade, ilusão deveras
todas imagens são um só sentido
a rala tinta da matéria na escuridão

Liberdade, ilusão deveras
jaulas vazias de um tempo indomável
Vinte e quatro vezes perdi meu tempo

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